Responsabilidade das crianças pelo controlo da medicação diária aumenta com a idade

A minha filha já tem 12 anos, mas acho que ainda não tem idade para assumir a responsabilidade pela toma da sua medicação para a asma. Em que idade é aconselhável que sejam as próprias crianças a fazê-lo? 

Não existe uma idade a partir da qual nós possamos dizer: o seu filho ou a sua filha já pode assumir a responsabilidade pelo controlo da sua asma. Mas é certo que essa responsabilidade vai aumentando à medida que as crianças vão crescendo, como bem se compreende.

 

Calcula-se que, por volta dos 7 anos, as crianças já estejam preparadas para assumir 20% da responsabilidade na toma da medicação, mas os pais continuam a ter um papel preponderante. Por volta dos 15 anos, pensa-se que a quota-parte de responsabilidade das crianças será já de 75%, ou seja, dependem cada vez menos dos pais para lembrar a necessidade de tomar os medicamentos ou chamar a atenção para os horários das tomas. Só por volta dos 19 anos, porém, é que os adolescentes/jovens estarão efectiva e definitivamente em condições de se responsabilizarem a 100% pelo controlo da sua asma.

 

É claro que estes números são apenas “médias”. Há crianças que se sentem capazes de assumir inteiramente o controlo da situação desde muito cedo. Há vários factores que interferem nessa capacidade, para além da idade, designadamente os próprios pais.

 

Estes dados constam de um estudo publicado no “Pediatrics”, intitulado “At What Age Do Children Start Taking Daily Asthma Medicines on Their Own?”, realizado nos Estados Unidos da América, com o objectivo examinar a relação entre a idade de uma amostra de crianças (entre os 4 e os 19 anos) e a incumbência de controlar a doença.

 

Como era previsível, chegou-se à conclusão de que a competência das crianças neste âmbito aumentava com a idade, com umas pequenas ressalvas. É que aos 8, aos 12 e aos 16 anos havia um certo retrocesso nesse processo gradual de capacitação.

 

Embora possa ser um viés da amostra, a verdade é que nestas idades há grandes desafios que se intrometem, obrigando, muitas vezes, os pais a compensarem as distracções dos filhos.

 

De resto, um outro estudo recente do “Pediatrics”, o jornal da Academia Americana de Pediatria, vem apelar para a necessidade de acompanhar os adolescentes na transição para a idade adulta no que diz respeito ao controlo da asma, tendo em conta que esta é uma fase de especial vulnerabilidade.

Por isso, aconselha-se aos médicos e também às famílias a terem muito cuidado e muita paciência, assim como um aconselhamento adequado e planos escritos que ajudem o asmático a não se perder na imensidão de solicitações próprias da idade e a não esquecer a importância de manter a asma controlada.  

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