Problemas de sono em crianças asmáticas resultam em problemas comportamentais

Os problemas respiratórios durante o sono são um factor independente de problemas de comportamento numa larga percentagem de crianças com asma a viver em centros urbanos.

 

Um estudo desenvolvido por uma equipa de profissionais de várias áreas propôs-se investigar a relação entre problemas respiratórios durante o sono e problemas comportamentais em 194 crianças com idades compreendidas entre os 4 e os 10 anos, residentes em cidades e que estavam envolvidas em programas de asma nas escolas. Para tanto, avaliaram itens como o ressonar, a atenção e a hiperactividade.

 

Os resultados, divulgados no Pediactrics, mostram que 33% das crianças tiveram distúrbios respiratórios durante o sono, sendo que estas tinham pior comportamento. Entre as queixas contavam-se, por exemplo, ansiedade e depressão, comportamento antissocial e hiperactividade.

Os autores concluem que o rastreio sistemático deste tipo de distúrbios numa população de alto risco pode ser útil na identificação de crianças que poderão beneficiar de ajuda. 

Fontes:
http://pediatrics.aappublications.org/cgi/content/abstract/124/1/218 


Novas técnicas permitem diagnóstico mais precoce

 As novas técnicas de diagnóstico poderão ajudar a diagnosticar a asma de forma mais precoce nas crianças mais novas.

 

O estudo ADEM (Asthma DEtection and Monitoring study), que incluiu 200 crianças com sintomas respiratórios recorrentes e 50 crianças sem esses sintomas (grupo controlo), procurou desenvolver métodos não invasivos de diagnóstico da asma, utilizando marcadores inflamatórios no ar exalado e medidas da função pulmonar. O estudo analisou, também, polimorfismos e perfis genéticos.

A conclusão do estudo é que, de facto, a utilização dessas novas técnicas pode antecipar o diagnóstico da asma, o que terá consequências na abordagem da doença num vasto grupo de crianças com sintomas. Ao mesmo tempo que permitem evitar o tratamento desnecessário em crianças com sintomas transitórios, estas técnicas ultrapassam o problema da falta de tratamento nas crianças que realmente sofrem de asma. Desta forma, poder-se-á talvez influenciar o próprio prognóstico.  

Fontes:

http://www.biomedcentral.com/1471-2458/9/210 

 

 

Amamentação parece associada a menos asma

 O aleitamento materno está associado a uma redução do risco de asma em crianças até aos 8 anos de idade, mesmo quando há história familiar de atopia. É o que afirma um estudo agora publicado no Thorax.

 

Os investigadores estudaram 3115 crianças nascidas entre 1996 e 1997 que participaram no estudo PIAMA (Prevention and Incidence of Asthma and Mite Allergy), tendo recolhido dados sobre a amamentação e a asma. Aos 8 anos, mediram a imunoglobulina E (IgE) específica a alergéneos no ar e a reactividade brônquica.

 

Ao todo, 35% das crianças foram amamentadas pelas mães durante mais de 16 semanas. Aos 8 anos, 12,6% tinham asma.

 

Verificou-se que as crianças que tinham sido amamentadas durante aquele período tinham uma prevalência mais baixa de asma entre os 3 e os 8 anos de idade, quer as mães fossem alérgicas, quer não fossem. Não se observou qualquer relação entre a amamentação e a hiperreactividade brônquica, nem com as alergias paterna e materna.

Até à data, a influência da amamentação na prevenção da asma tem sido objecto de vários estudos, mas permanecia a incerteza sobre a associação com a idade da criança ou a atopia materna e paterna.

Fontes:

http://thorax.bmj.com/cgi/content/short/64/7/558?q=w_thorax_current_tab