Exame de sangue detecta doentes mais graves

Um simples exame de sangue pode permitir identificar casos da forma mais grave de asma, revela um estudo feito nos Estados Unidos e publicado na revista médica New England Journal of Medicine.

Os cientistas encontraram quantidades mais elevadas de uma proteína, designada YKL-40, nos pulmões e na corrente sanguínea dos asmáticos, tendo concluído que a quantidade da proteína no sangue estava relacionada com a gravidade da doença.

“Os nossos resultados indicam que o YKL-40 é significativamente elevado nos casos de asma mais grave. O exame de sangue será útil para avançar no conhecimento da doença e para melhorar o tratamento da asma”, acredita o Prof. Geoffrey Chupp, que liderou esta equipa.  

Fonte:
http://content.nejm.org/cgi/content/abstract/357/20/2016 

 

Farmacêuticos dão uma ajuda

A intervenção de um farmacêutico pode ajudar a aumentar o controlo da asma. De acordo com um estudo publicado em Dezembro no European Respiratory Journal, um grupo de doentes asmáticos que não estavam controlados melhorou ao fim de apenas seis meses.

Em todos os indivíduos estudados, a intervenção do profissional da farmácia permitiu, por exemplo, atenuar o uso de medicamentos e os despertares nocturnos devidos aos sintomas da doença. A técnica inalatória e a adesão à medicação de controlo foram significativamente superiores no grupo que recorreu a um farmacêutico, o que significa que este pode vir a desempenhar um papel mais activo no futuro. 

Fontes:
http://erj.ersjournals.com/cgi/content/abstract/09031936.00112007v1 

 

Inibir a IL-25 pode ser útil em asmáticos

Bloquear a citocina IL-25 (também conhecida como IL-17E) pode ser benéfico na asma alérgica. Esta hipótese é suportada por um estudo agora publicado no The Journal of Allergy and Clinical Immunology (JACI), segundo o qual a IL-25, encontrada em biópsias feitas em doentes asmáticos, pode vir a ser um importante alvo terapêutico na abordagem desta doença.

Os investigadores descobriram que, ao inibirem esta citocina num modelo animal, preveniam a hiperresponsividade das vias aéreas e suprimiam a inflamação, mesmo após a sensibilização e face a uma forte resposta inflamatória. Resta, agora, saber qual a eficácia dos anticorpos anti-IL-25 em humanos.  


Fontes:
http://www.jacionline.org/article/PIIS0091674907019628/fulltext#article-outline 

 

Endotelina-1: um alvo promissor

A endotelina-1 é um alvo promissor na abordagem da asma refractária à terapêutica, acreditam os autores de um estudo publicado recentemente no The Journal of Allergy and Clinical Immunology (JACI).

Acredita-se que as alterações da parede brônquica, definidas como remodelagem aérea, contribuem para a obstrução irreversível das vias aéreas nos doentes com asma refractária aos esteróides e que a endotelina-1 está fortemente correlacionada com o grau de obstrução e com a remodelagem.

Estes dados suportam a ideia de que a endotelina-1 desempenhará um importante papel na asma e apelam a novos estudos clínicos, de modo a determinar qual o valor terapêutico dos antagonistas da endotelina-1 na asma grave refractária.   

Fonte:

http://www.jacionline.org/article/PIIS0091674907019628/fulltext#article-outline 

 

Anti-TNF podem ser úteis num subgrupo de doentes

Estudos preliminares com novos antagonistas TNF-α (factor de necrose tumoral alfa), uma citocina pró-inflamatória implicada na patogénese da asma, mostraram uma melhoria da qualidade de vida, da função pulmonar e da hiperresponsividade das vias aéreas, assim como uma redução da frequência das exacerbações em indivíduos asmáticos sujeitos a esta terapêutica.

 

De acordo com o artigo publicado em Novembro no The Journal of Allergy and Clinical Immunology (JACI), há, porém, uma grande heterogeneidade na resposta, o que sugere que o benefício dos anti-TNF-α estará reservado a um pequeno grupo de asmáticos.

Além disso, embora tenha sido provada a eficácia do tratamento, é preciso estudar bem a segurança e avaliar, caso a caso, a relação custo/benefício.

 

Fontes:
http://www.jacionline.org/article/PIIS0091674907019999/abstract

 

Asma diagnosticada antes dos seis anos persiste em mais de 50% das crianças

Mais de metade das crianças que desenvolvem asma antes dos seis anos de idade continua a sofrer da doença aos 12 anos, revela um estudo feito no Canadá e publicado no Arquives of Pediatrics & adolescent Medicine. Estes resultados mostram que, ao contrário do que muitas pessoas julgam, a asma nem sempre passa com o tempo.

Os cientistas estudaram crianças desde o seu nascimento até à adolescência. Das mais de 34 mil crianças com asma analisadas, 54% tiveram uma crise de asma que requereu hospitalização ou uma consulta no médico um ano após o diagnóstico, sendo que em três quartos dos casos isso aconteceu nos três anos subsequentes ao diagnóstico.

 A persistência da asma aos 12 anos era mais comum naquelas crianças em que a doença fora diagnosticada entre os dois e os cinco anos de idade do que naquelas em que a asma fora detectada antes dos dois anos. Do mesmo modo, era mais comuns em crianças que viviam nas cidades. O estatuto sociocultural não era um factor de risco.  

Fontes:
http://archpedi.ama-assn.org/cgi/content/abstract/161/12/1197
 

 

Qual a qualidade do ar que respiramos nas casas portuguesas?

A Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica e o Instituto UCB de Alergia iniciaram este mês um estudo epidemiológico único em Portugal.

O trabalho vai avaliar a qualidade do ar de 600 lares portugueses. Durante seis meses, os investigadores deslocar-se-ão a diversos pontos do país para analisar o ar que os portugueses respiram nas suas próprias casas.

 

O projecto vem no seguimento de estudos que afirmam que a poluição do o ar respirado dentro de casa pode ser pior para a saúde do que a poluição do ar respirado no exterior.

Dado que grande parte da sociedade actual passa cerca de 90% do seu tempo em espaços fechados e não ao ar livre, os investigadores consideram importante conhecer as características do ar dos espaços fechados e as suas repercussões na saúde.

Fontes:
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=62&id_news=307040 

   

Crianças com asma e excesso de peso têm mais problemas psicológicos

Um artigo publicado no Pediatrics revela que 14% das crianças asmáticas com excesso de peso apresentam problemas psicológicos durante a infância e a adolescência.

O estudo pretendia determinar se a asma ligeira ou moderada estava ou não associada a um risco aumentado de excesso de peso e de problemas de comportamento ou doenças do foro psicológico.

Os resultados mostram que esta associação existe. As crianças com asma apresentavam um risco mais elevado de terem uns quilos a mais, bem como perturbações psicológicas, sendo que este risco aumentava à medida que os anos iam passando. Estas crianças eram, também, as que tinham menos actividade física.

Os autores sugerem, por isso, a necessidade de desenvolver programas que encorajem uma maior vigilância e intervenção nas crianças asmáticas com excesso de peso. 

 

Fontes:

http://pediatrics.aappublications.org

 

Adolescentes asmáticos que fumam são um problema de saúde pública

O tabagismo nos adolescentes asmáticos é um verdadeiro problema de saúde pública.

Um estudo recentemente publicado no Journal of Public Health diz que os adolescentes que sofrem de asma tendem a fumar mais do que os seus colegas que não têm a doença, embora, curiosamente, os factores de risco detectados sejam os mesmos: passar noitadas com os amigos, ingerir bebidas alcoólicas, consumir cannabis ou ter pais fumadores.

Perante estes dados, os autores deste estudo sugerem que as campanhas de prevenção devem ser dirigidas directamente para os adolescentes com asma e que o sistema de saúde deve motivá-los a deixar de fumar.

Fontes:

http://jpubhealth.oxfordjournals.org/cgi/content/abstract/29/4/343?maxtoshow=&HITS=&hits=&RESULTFORMAT=1&andorexacttitle=and&fulltext

 

Posso morrer de asma?

Embora a asma não tenha cura, o que significa que irá acompanhá-lo durante a vida, não quer dizer que seja fatal. Pelo contrário é raro a asma ser causa de morte.

É verdade que ainda há pessoas que morrem com asma em todo o mundo. Em Portugal os dados oficiais indicam que ocorrem cerca de 100 mortes por asma em cada ano, na grande maioria dos casos na idade adulta. No entanto, os casos de morte por asma são normalmente atribuídos a tratamentos irregulares ou a problemas na adesão aos medicamentos utilizados no controlo da doença.

Os tratamentos actualmente existentes ajudaram a diminuir muito o número de mortes devidas a asma, além de facilitarem a adesão doentes e a sua qualidade de vida. Porém, muitos doentes poderão não estar devidamente informados a respeito dos tratamentos disponíveis no mercado ou poderão menosprezar os sinais e sintomas de agravamento.

Pedir ajuda é essencial, pois a possibilidade de sucumbir a uma crise, se bem que muito remota, é real. Se sentir que a sua asma não está bem controlada, o que poderá estar a provocar-lhe alguma ansiedade, procure o seu médico e coloque-lhe a questão. É possível que haja outro tratamento que se adapte melhor à sua situação.

Caso haja um agravamento súbito dos sintomas, se tiver dificuldade em falar ou a andar, ou sentir-se a desmaiar deverá recorrer imediatamente ao serviço de urgência, onde certamente irão ajudá-lo a recuperar rapidamente.

Entretanto, lembre-se o objectivo é ter uma vida normal e sem “sobressaltos”: a asma não pode ser um “papão”!