Nozes e vinho podem ajudar a prevenir as crises

Ouvi dizer que as nozes e o vinho podem ajudar a prevenir as crises de asma. É verdade?

Um estudo recente afirma, de facto, que um padrão alimentar que inclua o vinho e as nozes está associado a uma diminuição do risco de crises frequentes de asma.

 

O referido estudo, intitulado “Dietary patterns and asthma in the E3N study” e publicado no European Respiratory Journal (um dos jornais científicos mais conceituados a nível mundial), encontrou uma relação entre o tipo de alimentação e a frequência das exacerbações, mas não entre a dieta e a incidência de asma (isto é, o número de novos casos que aparecem por ano) e o número total de casos.

 

Foram analisados três padrões de alimentação distintos: um padrão que incluía frutos e vegetais, o padrão “ocidental”, que incluía pizza e carnes curadas, e o padrão “nozes e vinho”.

 

Depois de se excluírem factores potencialmente “confundidores”, os resultados mostraram que o padrão “ocidental”, baseado na chamada “comida de plástico”, estava efectivamente relacionado com um risco aumentado de exacerbações frequentes, ao passo que o padrão assente em nozes e vinho se relacionava com uma diminuição do risco de crises de asma.

 

Este estudo vem reforçar a ideia de que a dieta está intimamente relacionada com a frequência de exacerbações nos indivíduos que sofrem de asma e, por essa via, com a própria gravidade da doença.

 

Vários estudos têm apontado nesta direcção. Em 2007, um deles indicava que as crianças que comiam nozes pelo menos três vezes por semana tinham menos tendência a apresentar pieira. As nozes são uma fonte de vitamina E, conhecida por ajudar nas defesas do organismo contra as agressões provocadas pelos radicais livre a nível das células. Além do mais, contêm magnésio, que outro estudo sugere ter utilidade na protecção contra a asma.

 

Mais recentemente, um estudo sublinha o valor da dieta mediterrânica, que inclui frutos, vegetais e nozes, na prevenção da asma e de alergias. No que respeita às nozes, era evidente uma diminuição da pieira.

 

Curiosamente, um estudo conhecido em 2008 sugere que o consumo diário de nozes durante a gravidez pode aumentar em 50% o risco de os filhos sofrerem de asma. O que vai em sentido contrário dos estudos em pessoas que já têm a doença.

Quanto ao vinho, há muitos artigos que demonstram o seu papel na asma. O vinho é rico em flavonóides, substâncias que estão presentes noutros alimentos, como a maçã (“an apple a day keeps the doctor away”), e que, graças às suas propriedades antioxidantes, ajudarão a reduzir a inflamação característica da asma e a melhorar a função respiratória. No entanto, há outros estudos que referem a possibilidade de o vinho desencadear sintomas de asma, ao que tudo indica devido à presença de aditivos, como os sulfitos.

 

Fontes:

http://erj.ersjournals.com/cgi/content/abstract/33/1/33

http://news.bbc.co.uk/1/hi/health/6525237.stm

http://thorax.bmj.com/cgi/content/abstract/56/10/763

http://www.nutraingredients.com/Research/Apples-and-wine-reduce-risk-of-asthma

http://thorax.bmj.com/cgi/content/abstract/56/10/763

http://news.bbc.co.uk/1/hi/health/7505682.stm

 

Problemas de saúde mental aumentam risco de asma

Um estudo norte-americano de grandes dimensões publicado na revista Chest confirma e sublinha a existência de uma relação “robusta e real” entre a saúde mental e a asma.

 

De acordo com os especialistas da The Warren Alpert Medical School of Brown University (EUA), que analisaram dados de mais de 355 mil norte-americanos, as pessoas que reportam problemas de saúde mental têm um risco maior de ter asma, comparativamente às que não apresentam problemas de foro mental.

 

Os autores foram mais longe e verificaram existir uma relação dose-resposta entre os dois problemas, isto é, quanto maior o número de dias passados com problemas de saúde mental, maior o risco de sofrer de asma.

Os autores apelam agora à necessidade de investigar as causas e a fisiologia por detrás desta associação.
Fontes:

http://www.chestjournal.org/content/134/6/1176.abstract?sid=

e78985e7-de83-47dd-a956-aadff0e7b73c

 

 

Asma deve ser uma prioridade para as autoridades de saúde

A compreensão da componente inflamatória da asma deveria ser maior, as recomendações deveriam ser actualizadas, os estudos deveriam ser feitos no “mundo real” e os seus resultados deveriam constar das novas orientações, o impacto dos factores ambientais deveria ser bem estudado e os asmáticos deveriam participar mais no controlo da sua doença.

 

São estas as recomendações da “Brussels Declaration on Asthma”, desenvolvida por especialistas de vários países no sentido de chamar a atenção para os problemas actuais na abordagem da asma e exigir das autoridades o reconhecimento de que a asma é um problema de saúde pública e que deve ser tratado como tal, passando a constituir uma prioridade nas políticas de saúde.

Um artigo publicado no European Respiratory Journal resume os principais pontos desta Declaração e apresenta evidência que suporta a necessidade de uma mudança na abordagem da asma.

 

Fontes:

http://erj.ersjournals.com

 

Adultos sentem-se mais cansados depois de sintomas nocturnos

Um estudo realizado no Texas, nos Estados Unidos encontrou uma elevada prevalência de sintomas nocturnos em adultos e crianças com asma, bem como um impacto considerável desses sintomas na qualidade do sono e nas actividades da vida diária, o que poderá ser explicado por um fraco controlo da doença.

 

De facto, dos 1600 indivíduos que responderam ao inquérito, 61% reportaram sintomas durante a noite e 74% referiram sintomas durante o dia. As dificuldades em dormir devido à asma ocorreram aproximadamente quatro dias por semana nos adultos e três dias por semana nas crianças.

 

Na infância, o sintoma mais reportado era a tosse, ao passo que, nos adultos, era a dificuldade em respirar. Os adultos eram os que se sentiam mais cansados durante o dia depois de experimentarem sintomas nocturnos.

Como afirmam os autores do estudo, a frequência de sintomas de asma durante a noite é uma medida importante para avaliar o grau de gravidade da asma.

 

Fontes:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19020366?ordinalpos=2&itool=EntrezSystem2.PEntrez.Pubmed.Pubmed_ResultsPanel.

Pubmed_DefaultReportPanel.Pubmed_RVDocSum

 

Ácido fólico pode aumentar risco de asma

 Os filhos de mulheres que tomaram ácido fólico no início da gravidez podem ter um risco acrescido de virem a sofrer de uma doença respiratória, diz um estudo norueguês divulgado recentemente no Archives of Disease in Childhood.

Ao todo, foram analisados dados relativos a 32 mil crianças entre 2000 e 2005, tendo-se concluído que as crianças cujas mães recorreram a suplementos de ácido fólico no primeiro trimestre da gravidez tinham mais tendência a apresentar dificuldades respiratórias e/ou infecções respiratórias e a precisar de ir ao hospital para tratamento de infecções respiratórias.

Estudos em ratos já haviam demonstrado que o uso de elevadas doses de ácido fólico e de outras vitaminas nos primeiros meses de gravidez aumenta o risco de asma alérgica.  

Actualmente, o ácido fólico continua a ser recomendado no sentido da redução do risco de deficiências nos bebés, tais como a espinha bífida. 

 

Fontes:

http://adc.bmj.com/cgi/content/short/94/3/180

 

 

 

Fogo-de-artifício aumenta substâncias que agravam doenças respiratórias

 O fogo-de-artifício pode agravar as doenças respiratórias, como a asma, devido sobretudo ao bário.

 

Investigadores austríacos analisaram o bário presente na neve durante as celebrações do Ano Novo numa vila situada nos Alpes, naquele país. De referir que o bário, um metal utilizado para dar cor (no caso, o verde), provoca a constrição das vias aéreas, pelo que a sua inalação pode piorar os sintomas da asma.

 

Como se esperava, ficou comprovado que o fogo-de-artifício aumentou significativamente a concentração de bário na neve. As concentrações de bário chegavam a ser 500 vezes superiores. Do mesmo, registou-se um aumento nos níveis de estrôncio e, ocasionalmente, de arsénio.

 

A boa notícia é que a distribuição geográfica dos produtos resultantes da combustão pirotécnica era restrita a uma pequena área.

Os resultados do estudo estão disponíveis para consulta no Atmospheric Environment. Já antes, um outro estudo realizado durante um festival indiano mostrou um aumento de 12% nos casos de asma após o fogo-de-artifício.

 

Fontes:

http://www.sciencedirect.com

 

Exposição ao tabaco em casa pode aumentar problemas comportamentais

Os rapazes com asma expostos a elevados níveis de fumo de tabaco dentro de casa têm mais tendência a apresentar problemas de comportamento. 

Como indica um artigo publicado no Journal of Development and Behavioral Pediatrics, há cada vez mais evidências de que a exposição ambiental ao tabaco pode estar associada a problemas comportamentais nas crianças. Por isso, um grupo de investigadores propôs-se analisar essa possível relação em 220 rapazes e raparigas com asma.

As conclusões são claras: os problemas de comportamento, tais como hiperactividade, agressividade e depressão, aumentam à medida que aumenta o fumo passivo em casa, pelo menos no sexo masculino.

Este estudo pode reforçar a necessidade de prevenir a exposição das crianças ao fumo, sobretudo no caso das crianças asmáticas.

Fontes:

http://www.jrnldbp.com/pt/re/jdbp/abstract.00004703-200812000-00004.htm;jsessionid=JmpbS5JRQnTMxGPTyJ9Kcnshpf29pvSnjCphLdBbzgtbgNZhQp2k!-482373940!181195629!8091!-1

Podcast: Mecanismos Imunopatológicos da Asma

Podcast: Mecanismos Imunopatológicos da Asma, com Prof. Doutor Manuel Branco Ferreira (imunoalergologista, Hospital Santa Maria, Lisboa).

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Asmáticos em maior risco de sofrer de depressão?

A depressão é um problema que afecta um número muito significativo de pessoas. Sabe-se que as pessoas que sofrem de uma doença crónica, seja ela qual for, podem ter um risco maior de sofrer deste mal. Os asmáticos estão incluídos neste grupo e, embora haja ainda muitos factores por explicar, vários estudos apontam para a existência de uma associação entre a asma e a depressão.  

Alguns trabalhos de investigação registam a existência de um risco duas vezes maior de diagnóstico de depressão num asmático por comparação a um não asmático. Em certos casos, o desenvolvimento de uma depressão é mais provável do que noutros. Os doentes com asma grave, de difícil controlo, vêem a sua qualidade de vida bastante afectada e os resultados da terapêutica ficam, frequentemente, aquém das expectativas do doente. Assim sendo, são um grupo de risco no que toca ao desenvolvimento de patologias mentais. 

Certos estudos científicos adiantam também que a depressão associada à asma afecta os mais jovens. De acordo com um trabalho desenvolvido em 2007 na Universidade de Washington (EUA) em parceria com o Seattle Children’s Hospital, cerca de 16% dos jovens com idades compreendidas entre os 11 e os 17 anos sofre de depressão ou de algum distúrbio relacionado com ansiedade. 

Um estudo norte-americano publicado na revista Chest, em 2001, aponta no mesmo sentido no que toca aos adultos. Segundo os cientistas de Atlanta, a prevalência deste tipo de problema mental nos asmáticos ronda os 19%, quando entre os não asmáticos não chega aos 10 pontos percentuais. 

Mas é importante referir que não é só a asma que está associada a um maior risco de sofrer de depressão. As sinergias entre as duas patologias são mais complexas. A depressão também tem um forte impacto na asma. Como? A comunidade médico-científica tem comprovado que os asmáticos com depressão cuidam menos da sua saúde: não seguem as terapêuticas, não adoptam medidas de evicção de alergénios e irritantes e não praticam exercício. Ou seja, fazem muito pouco no sentido de melhorar os sintomas da doença e incorrem até em comportamentos altamente nocivos para a asma, como fumar, por exemplo. 

A combinação é explosiva. Sofrendo de uma doença tão perturbadora como é a depressão e tendo a asma não controlada, a qualidade de vida do doente é fortemente diminuída. Sair dessa bola de neve pode ser difícil. É importante que se adopte uma luta a duas frentes, para combater simultaneamente a depressão e controlar os sintomas respiratórios. 

Para isso, importa que doentes e médicos estejam familiarizados com as relações existentes entre estas duas doenças. Só assim a doença pode ser identificada e tratada.

De acordo com a AAAI, deve consultar o seu médico se sofrer de alguns destes sintomas por mais de duas semanas:

  • Estado anímico depressivo;
  • Desinteresse por todas as actividades;
  • Distúrbios do sono;
  • Fadiga;
  • Sentir que lhe faltam as palavras;
  • Falta de concentração;
  • Pensamentos recorrentes sobre a morte.

Lembre-se que a asma, mesmo que bem controlada, vai acompanhá-lo sempre, mas a depressão tem tratamento. Procure ajuda médica para ultrapassar a depressão, vai ver que, depois, a asma o deixa respirar melhor.

 

Fontes:
http://thorax.bmj.com/cgi/content/abstract/56/4/266?maxtoshow=&HITS=10&hits=10&RESULTFORMAT=&fulltext=

depression+asthma&andorexactfulltext=and&searchid=1&FIRSTINDEX=0&sortspec=

relevance&resourcetype=HWCIT


Responsabilidade das crianças pelo controlo da medicação diária aumenta com a idade

A minha filha já tem 12 anos, mas acho que ainda não tem idade para assumir a responsabilidade pela toma da sua medicação para a asma. Em que idade é aconselhável que sejam as próprias crianças a fazê-lo? 

Não existe uma idade a partir da qual nós possamos dizer: o seu filho ou a sua filha já pode assumir a responsabilidade pelo controlo da sua asma. Mas é certo que essa responsabilidade vai aumentando à medida que as crianças vão crescendo, como bem se compreende.

 

Calcula-se que, por volta dos 7 anos, as crianças já estejam preparadas para assumir 20% da responsabilidade na toma da medicação, mas os pais continuam a ter um papel preponderante. Por volta dos 15 anos, pensa-se que a quota-parte de responsabilidade das crianças será já de 75%, ou seja, dependem cada vez menos dos pais para lembrar a necessidade de tomar os medicamentos ou chamar a atenção para os horários das tomas. Só por volta dos 19 anos, porém, é que os adolescentes/jovens estarão efectiva e definitivamente em condições de se responsabilizarem a 100% pelo controlo da sua asma.

 

É claro que estes números são apenas “médias”. Há crianças que se sentem capazes de assumir inteiramente o controlo da situação desde muito cedo. Há vários factores que interferem nessa capacidade, para além da idade, designadamente os próprios pais.

 

Estes dados constam de um estudo publicado no “Pediatrics”, intitulado “At What Age Do Children Start Taking Daily Asthma Medicines on Their Own?”, realizado nos Estados Unidos da América, com o objectivo examinar a relação entre a idade de uma amostra de crianças (entre os 4 e os 19 anos) e a incumbência de controlar a doença.

 

Como era previsível, chegou-se à conclusão de que a competência das crianças neste âmbito aumentava com a idade, com umas pequenas ressalvas. É que aos 8, aos 12 e aos 16 anos havia um certo retrocesso nesse processo gradual de capacitação.

 

Embora possa ser um viés da amostra, a verdade é que nestas idades há grandes desafios que se intrometem, obrigando, muitas vezes, os pais a compensarem as distracções dos filhos.

 

De resto, um outro estudo recente do “Pediatrics”, o jornal da Academia Americana de Pediatria, vem apelar para a necessidade de acompanhar os adolescentes na transição para a idade adulta no que diz respeito ao controlo da asma, tendo em conta que esta é uma fase de especial vulnerabilidade.

Por isso, aconselha-se aos médicos e também às famílias a terem muito cuidado e muita paciência, assim como um aconselhamento adequado e planos escritos que ajudem o asmático a não se perder na imensidão de solicitações próprias da idade e a não esquecer a importância de manter a asma controlada.  

http://pediatrics.aappublications.org/cgi/content/abstract/122/6/e1186?maxtoshow=&HITS=&hits=&RESULTFORMAT=1&andorexacttitle=and&fulltext=

asthma+&andorexactfulltext=and&searchid=1&FIRSTINDEX=0&sortspec=

relevance&fdate=11/1/2008&resourcetype=HWCIT 

http://pediatrics.aappublications.org/cgi/content/full/122/6/e1186?maxtoshow=&HITS=&hits=&RESULTFORMAT=1&andorexacttitle=and&fulltext=

asthma+&andorexactfulltext=and&searchid=1&FIRSTINDEX=0&sortspec=

relevance&fdate=11/1/2008&resourcetype=HWCIT 

http://pediatrics.aappublications.org/cgi/content/abstract/122/Supplement_4/S215?maxtoshow=&HITS=&hits=&RESULTFORMAT=1&andorexacttitle=and&fulltext=

asthma+&andorexactfulltext=and&searchid=1&FIRSTINDEX=60&sortspec=

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