Papel do farmaceutico

Papel do farmaceutico

A asma é  exemplo de uma doença crónica que constitui um importante problema de Saúde Pública pela sua prevalência elevada e crescente, custos directos e indirectos muito significativos e mortalidade que será evitável se o doente for correctamente tratado.
Existindo actualmente normas de orientação internacionais para o diagnóstico e tratamento desta afecção e dispondo-se de medicamentos capazes de controlarem a grande maioria dos doentes, seria previsível que a asma estivesse controlada.
No entanto, estudos internacionais e nacionais de um dos quais apresentaremos alguns resultados, têm vindo a demonstrar que estamos longe de atingir o controlo em todos os parâmetros avaliados.
Os motivos pelos quais a asma continua mal controlada residem no subdiagnóstico, nas prescrições médicas inadequadas, nas falhas de comunicação médico-doente, nas baixas expectativas dos doentes e aceitação da má qualidade de vida e na má aderência à terapêutica.
Considera-se hoje que é indispensável envolver os doentes nos cuidados de saúde que lhe são prestados de modo a desenvolverem competências para auto-avaliar e auto-controlar a sua doença, sendo fundamental existir uma parceria estreita entre médico e doente. Deste modo poderá reduzir-se a falta de aderência ao tratamento, aumentar o grau de satisfação do doente, fornecer-lhe mais certezas sobre as decisões tomadas e reduzir a ansiedade.
As organizações de suporte de doentes, como a APA, e a intervenção de equipas multidisciplinares contribuem para a melhoria dos resultados clínicos.
Nestas equipas, o farmacêutico pode desempenhar um papel muito importante. Cabe-lhe contribuir para a educação dos doentes, fornecendo-lhes informações sobre a doença,  as medicações e outras medidas para controlar a asma, ensiná-los a utilizar correctamante os diversos dispositivos para administrar medicação por via inalatória, monitorizar o uso dos medicamentos, identificar os asmáticos mal controlados, encorajando-os a procurar auxílio médico,  ajudá-los a compreender o plano de tratamento e promover a aderência à terapêutica.
Existem vários trabalhos publicados que demonstram a eficácia do apoio dos farmacêuticos no controlo da asma .Em Portugal o Programa de Cuidados Farmacêuticos na Asma tem-se revelado da maior utilidade.

Marianela Vaz – Presidente da APA (Associação Portuguesa de Asmáticos)