O que é a Alergia?
Quando falamos de alergias todos pensamos em espirros, nariz a pingar, olhos vermelhos, tosse e comichão na pele. De facto, estas são algumas das manifestações mais frequentes e incómodas da reacção alérgica, reacção esta que é uma das consequências possíveis do funcionamento do nosso Sistema Imunológico – precisamente o sistema de células que nos defende dos numerosos micróbios e substâncias presentes nos alimentos que comemos, no ar que respiramos e naquilo em que tocamos.
Essas substâncias são identificadas como estranhas ao nosso organismo pelo nosso sistema imunológico, através de proteínas especiais que circulam no sangue e em todos os líquidos orgânicos – os anticorpos – ajudando a captar e eliminar os “invasores”.
Há cerca de 30 anos descobriu-se que as pessoas com alergia produzem um anticorpo especial – a imunoglobulina E (IgE) – e fazem-no para substâncias inofensivas, relativamente banais no ambiente: os alergénios (p. ex. pólens de plantas, componentes do pó da casa, alimentos como o leite ou os ovos). Uma vez produzida, esta IgE liga-se a células especiais (mastócitos) muito abundantes na pele e nas mucosas (o revestimento do aparelho respiratório e do tubo digestivo) “à espera” do seu alergénio.
Quando o encontram, provocam a libertação imediata e explosiva de substâncias químicas dos mastócitos que provocam rapidamente (15 a 30 minutos) uma intensa inflamação e que origina os sintomas da alergia. Se a exposição a esse alergénio é intensa e muito prolongada essa inflamação, e a doença alérgica, pode tornar-se crónica e persistente.
A razão pela qual algumas substâncias desencadeiam alergias e porque é que não o fazem em todas as pessoas não é ainda muito claro, mas a história de outras alergias na família (a chamada atopia) parece ser o principal factor predisponente. Possivelmente, a resposta estará nalguns genes que passam de pais para filhos e nalgumas condições do ambiente que favorecem a “proliferação” dos alergénios.